ENTREVISTA COM O QUADRINISTA E ILUSTRADOR LUCIANO SALLES
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| Imagem: Instagram do Luciano Salles |
Por: Natália Almeida
Ele compartilha as entrelinhas dos "não ditos" através de suas ilustrações e gentilmente nos contou um pouco sobre a sua veia rock n'roll e as inspirações que contornam a sua arte. Estamos falando de Luciano Salles, quadrinista e ilustrador da Folha de S. Paulo.
Sua formação artística coincidiu com a formação acadêmica?
Não, sou um engenheiro civil de formação. Cursei pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, mas como já estava trabalhando Banco Real não entreguei meu trabalho de conclusão.
Quem surgiu primeiro: Pirica, o vocalista da banda Macabra ou Luciano Salles, o ilustrador?
Hoje posso afirmar que o Luciano Salles, o ilustrador.
Nasci Luciano Salles, em 1975, em Taquaritinga e minha primeiras lembranças são com o desenho e também com o ato de assoviar. Só fui ilustrar profissionalmente, a receber por um desenho em 2012, mas já o fazia em 1979, 1980.
Quando minha família mudou para Araraquara, logo na primeira escola que estudei – Antônio Joaquim de Carvalho, o Anjoca –, recebi esse apelido. O Pirica grudou em mim e a banda aconteceu em 1996. A Macabra tocou durante 11 anos e com a exposição, o apelido precedia meu nome.
Quando minha família mudou para Araraquara, logo na primeira escola que estudei – Antônio Joaquim de Carvalho, o Anjoca –, recebi esse apelido. O Pirica grudou em mim e a banda aconteceu em 1996. A Macabra tocou durante 11 anos e com a exposição, o apelido precedia meu nome.
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| Imagem: Instagram do Luciano Salles |
Banda Macabra - The Amazing Bitterness Taste
Nos conte sobre as suas influências artísticas: histórias de vidas de artistas que te inspiram, obras de arte, músicos...
Minhas influências acontecem junto do passar de anos durante minha vida. Apesar de ser eclético quanto a música (até certo limite), sempre fui fascinado pelo movimento punk, pelo rock, pelo skate e por quadrinhos. A minha grande influência para fazer quadrinhos é o cinema, que veio um pouco mais tarde, com meus 18 anos, acredito.
O primeiro show que fui em minha vida foi da banda Magazine, em uma feira agrícola em Taquaritinga. Lembro perfeitamente do dia, do show. Como sempre, estava com minha bicicleta e fui até onde acontecia a feira. Lembro inclusive que estava descalço, sem camiseta, somente com um short da ADIDAS, aqueles de pano mesmo. Ouvi o som e fui atrás daquilo.
Num galpão isolado da feira, acontecia o show. É incrível como essa memória é nítida. Lembro de passar entre as 30, 40 pessoas que viam o show e fiquei ao lado do palco, fascinado pela banda tocando alto e pela máquina de fumaça que trabalhava sem parar. O show era num final de tarde e quanto mais tempo passava ali, melhor a precária iluminação interagia com a fumaça ao cair da noite.
Imagino que isso deva ter acontecido em 1981.
Minhas influências acontecem junto do passar de anos durante minha vida. Apesar de ser eclético quanto a música (até certo limite), sempre fui fascinado pelo movimento punk, pelo rock, pelo skate e por quadrinhos. A minha grande influência para fazer quadrinhos é o cinema, que veio um pouco mais tarde, com meus 18 anos, acredito.
O primeiro show que fui em minha vida foi da banda Magazine, em uma feira agrícola em Taquaritinga. Lembro perfeitamente do dia, do show. Como sempre, estava com minha bicicleta e fui até onde acontecia a feira. Lembro inclusive que estava descalço, sem camiseta, somente com um short da ADIDAS, aqueles de pano mesmo. Ouvi o som e fui atrás daquilo.
Num galpão isolado da feira, acontecia o show. É incrível como essa memória é nítida. Lembro de passar entre as 30, 40 pessoas que viam o show e fiquei ao lado do palco, fascinado pela banda tocando alto e pela máquina de fumaça que trabalhava sem parar. O show era num final de tarde e quanto mais tempo passava ali, melhor a precária iluminação interagia com a fumaça ao cair da noite.
Imagino que isso deva ter acontecido em 1981.
Sobre as suas composições, recorre à literatura ou a outras linguagens artísticas para desenhar?
Não. Quanto as ilustrações para a Folha de S.Paulo, procuro no próprio texto sensações e coisas que estão implícitas e não foram ditas. E um caminho de observar . É claro que existe toda uma bagagem de outras vidas que vive nesta mesma vida. Quase tudo ficou marcado de forma boa ou de forma não tão boa. O estigma ficou.
O cinema é, com certeza, o que mais me proporciona sensações como a que descrevi além de, por muitas vezes ser, junto da música, algo que realmente me emociona a ponto de chorar mesmo depois do filme, da música. Se realmente me tocou, apenas a lembrança me afeta novamente.
Não. Quanto as ilustrações para a Folha de S.Paulo, procuro no próprio texto sensações e coisas que estão implícitas e não foram ditas. E um caminho de observar . É claro que existe toda uma bagagem de outras vidas que vive nesta mesma vida. Quase tudo ficou marcado de forma boa ou de forma não tão boa. O estigma ficou.
O cinema é, com certeza, o que mais me proporciona sensações como a que descrevi além de, por muitas vezes ser, junto da música, algo que realmente me emociona a ponto de chorar mesmo depois do filme, da música. Se realmente me tocou, apenas a lembrança me afeta novamente.
Imagem: Instagram do Luciano Salles
Acredita que o campo das artes visuais se coloca como um modo de expressão, de associação livre?
Provavelmente, mas penso ser difícil que ocorra quando estamos engajados socialmente. Num desencaixe, quem sabe, talvez, possa ser permitido tal relação.
Provavelmente, mas penso ser difícil que ocorra quando estamos engajados socialmente. Num desencaixe, quem sabe, talvez, possa ser permitido tal relação.
Considera possível construir uma carreira artística neutra e isenta de posicionamentos ideológicos?
Não. Mesmo que não deseje expressar minhas posições, algo dos trabalhos falam mais de minhas palavras sobre tal.
Imagem: Instagram do Luciano Salles
Agradecemos por compartilhar um pouco de sua história conosco!
Agradeço ao convite pela entrevista e enfatizo que você pode comprar minha HQ pela Amazon. Centralizo todas as minhas redes sociais no meu blog https://www.dimensaolimbo.com das quais destaco o Instagram @lucianosalles e o Twitter @lucianosalles
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