TUDO O QUE VOCÊ PODIA SER - COM LAÍS SAMPAIO

                                                

                                                                                                               Por: Natália Almeida*

    Creio que pela primeira vez escrevo sobre algum artista pensando "nas entrelinhas do submundo", como proposto pela Imersa S/A.

    Este blog nasceu em maio de 2020, com o intuito de falar de cultura sob vários olhares, e como forma de "fugir dos maus pensamentos que o isolamento social pode nos trazer". Nasceu sem pretensões jornalísticas (ninguém neste blog tem formação em jornalismo!) e ao final deste papo com a Laís, deixarei o link de um dos melhores blogs de metal que eu sempre acesso para conhecer bandas, o Arte Metal.

    Aqui também não há restrição quanto à gênero musical ou qualquer tipo de arte que promova bem estar à qualquer pessoa (embora a maioria dos meus textos até agora postados divulguem bandas de rock/metal), temos textos sobre literatura, arte drag, cinema, artes visuais e tudo o que nos traz sentido à vida. Arte aqui é livre!

    Mas tudo isso pra dizer que esse papo com a Laís me fez pensar muito sobre diferentes modos de ser e estar no mundo. Explico.

    Essa conversa aconteceu em quatro momentos, e em cada um deles uma novidade aparecia! Tudo o que eu sabia até então sobre a Laís é que ela é baixista. Depois me lembrei que vi fotos de alguns artesanatos que ela fez no Instagram. Depois me lembrei que há muito tempo (quando eu ainda habitava as terras do facebook), vi uma postagem (se não me falha a memória, da banda Nota Promissória) falando algo do tipo: "Laís é a nerd da banda". E então, depois de refletir muito enquanto passava pano no chão (sim, limpar a casa e tomar banho dão uns starts criativos bem legais!), quis saber mais sobre "tudo o que a Laís podia ser", e a partir daí provocar em você, que chegou até esse trecho do texto, a vontade de estar no mundo das melhores maneiras que puder!                                                                                                        

    

     Laís faz aula de música desde criança. Na escola onde estudou tinha aulas de música e flauta doce. Com 10 anos fez aulas de teclado, com 13 anos começou no contrabaixo e um ano depois, aulas de bateria. Na família de Laís, música é algo que os une, seu pai toca contrabaixo, seu irmão toca violão e guitarra e canta, seu primo toca violão, seu avô paterno toca teclado!

    Foi baixista na banda Nota Promissória que terminou em 2018, mas continuou com uma nova vocalista e com outro nome: Hell Dolls. Além da Hell Dolls, Laís toca com o seu irmão em um projeto acústico!

 

 
Nota Promissória
 

 

    Segundo Laís, "a proposta de tocar em uma banda 100% feminina foi intencional. Atualmente, tem muita mulher na música e isso é incrível. Precisamos mostrar a todos que nós mulheres podemos tocar o que quiser!"

    Ela conheceu as meninas da Hell Dolls através da Larissa, baterista, que conhece a mais tempo. Elas ensaiaram juntas algumas vezes antes da Nota Promissória e da Hell Dolls. Laís conheceu a Amanda pelo trabalho solo dela. E o Matheus conhecia das bandas da cidade.

    

     Quando perguntada sobre enfrentar alguma dificuldade por ser uma bela menina tocando baixo demonstra bastante humildade: "Muito obrigada pelo elogio! Hehe Ser mulher na música melhorou bastante, mas as vezes tem preconceito."

Algumas das bandas 100% femininas que influenciam o seu trabalho são: The Donnas, Hole, Halestorm e The Pretty Reckless!!!
 
 

     Laís relembra um show que realizou com a Hell Dolls em 2018 que considerou importante. Foi na Facira, um evento bem famoso em Araraquara-sp, com várias bandas da região. Na mesma noite teve show dos Detonautas. Além desse evento, destaca que curte tocar nos eventos de motociclismo. 

 

 

 
Hell Dolls
 

 

    Sobre os equipamentos que usa: “Pink Bass” que é um Precision feito pelo luthier André da M.Hauer (Bull Guitarworks) e o “Green Bass” que é um FleaBass Jr. Atualmente estou usando os pedais Bass+ e o Bass Fuzz da Fuhrmann.  

    Os baixistas que a influencia são: Duff McKagan (Guns n’ Roses), Geddy Lee (Rush), Steve Harris (Iron Maiden), Champignon (Charlie Brown Jr), Flea (Red Hot Chili Peppers), Dougie Poynter (McFly), Mark Hoppus (Blink 182).

 

    Laís curte além do rock clássico, proposta da Hell Dolls, o Blues: Eu gosto muito de Blues. Quando estava na faculdade tive o prazer de tocar em uma banda de blues e foi incrível.

     E show virtual, rola? Laís afirma que fará só se for com o seu irmão, pois moram na mesma casa. Menina consciente!

 


U2 - With Or Without You (Acoustic Cover by Daniel Sampaio Feat Laís Sampaio)

 

 
Sobre fazer som autoral: gostaria muito de tocar música autoral, quem sabe no futuro de certo!!

 

    A formação acadêmica de Laís é bem interessante. Desmistifica o protótipo de que todo artista que se preze, via de regra, é da área de humanas!

Eu sou formada em Ciências Biológicas, tenho mestrado em Biotecnologia e doutorado em Bacteriologia!   

    E sobre conciliar sua vida acadêmica com a música, Laís diz que foi tranquilo: a banda entendia meus compromissos!!! E costumamos ensaiar mais de final de semana ou durante a semana à noite!!!

    O que também chamou a minha atenção e me fez lembrar de grandes músicos que curto, alguns que conheci pessoalmente ou através da IMERSA S/A, que parecem ter em comum essa habilidade de conciliar os compromissos musicais com outras áreas de atuação. Isso supõe disciplina e responsabilidade.

 
    A respeito de ter uma rotina de estudos com o baixo Laís brinca: Não vou mentir, eu não tenho!!! Hehe meu professor sempre pegou no meu pé a respeito disso!!! Hehe

    Laís tem com a sua mãe a "BelLa Fazendo Arte" onde fazem bolsas e cachepôs em fio de malha, bijuteria, máscaras de proteção e relaxante, entre outras coisas: Adoro trabalhos manuais!!!  

    E o que isso tudo me fez refletir? O ser humano é múltiplo! A arte e o conhecimento se apresentam às pessoas de modo maravilhoso e para alguns em diversas linguagens! 

    E passando pano no chão e pensando como tudo tem sido produzido aqui neste blog nesses tempos de pandemia, cheguei à Milton Nascimento com suas belas palavras na canção: Tudo o que você podia ser:

 

Ah! Sol e chuva
Na sua estrada
Mas não importa, não faz mal
Você ainda pensa e é melhor do que nada
Tudo que você consegue ser
Ou nada 

 
Lõ Borges tocando Tudo que você podia ser

    Nunca se esqueça de ser tudo o que você pode e deve ser!

 

Fica a dica de blog especializado para os leitores metaleiros:

 

Arte Metal: http://blogartemetal.blogspot.com/



 


 

*Natália Almeida é pedagoga, musicista, amante dos felinos e das artes em todas as suas vertentes


 

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