A arte e poesia de Paloma Saints
Fotografia: Fran Frushio, @trust.arte (2019)
* Por Rafaela Camargo
Paloma Saints é natural de Salto-SP, atualmente mora em Matão-SP e é uma artista genuína e de coração aberto.
A artista transita entre o desenho e a poesia, e desde criança é apaixonada por todo tipo de arte: poesia, literatura, música e desenho.
Segundo
Paloma, a cidade de Araraquara teve um papel importante, pois foi quando começou
a se reconhecer como desenhista e escritora.
A
seguir temos um bate papo rápido com a artista, onde fiz algumas perguntas pra
conhecer mais sobre sua história e seu trabalho.
Imersa: Paloma, primeiramente muito obrigada
pelo seu tempo e pela participação! Você já demonstrava interesse por arte
desde pequena né? O que começou a desenvolver primeiro?
Paloma: Sim, desde muito nova. A partir dos
meus 2 ou 3 anos de idade. Ainda tenho alguns "flashes" de memoria
quando isso tudo se sucedeu. Um deles era eu pequena, sentada em cima da cama
com um caderno velho e uma caneta bic na mão e a TV ligada. Onde os adultos
escreviam cartas nas novelas e comerciais, desenhavam.... E assim queria imita-los. Lembro de sentir o
impulso para "escrever" algo e fazer daquele rabisco sem sentido uma
comunicação entende? Mas foi só mais tarde, quando fui matriculada aos 5 anos
de idade na escolinha e iniciados os processos de alfabetização, formação de
palavras e etc. é que o gosto pelas cores e linhas e as formas foi se apurando.
Minha mãe Odete foi minha principal mentora. De estrelas com a letra
"A" a casinhas com figuras geométricas, ela foi me ensinando para que
mais tarde eu juntasse tudo isso e formasse figuras como pessoas animais de
forma mais apurada. Claro, isso tudo foi um processo gradual e divertido quando
aos 8 anos de idade, após uma aula de leitura e eu chegar em casa e escrever
minha primeira historinha literária e isso me deixava feliz pois eu sempre fui
uma criança mais intrínseca e tímida. E sempre a mais estranha da turma pelos
olhares dos outros. Era como desabafar e ficar mais leve... Ser feliz de
verdade na minha própria verdade entende? Até hoje (risos).
Imersa: Quando
que você começou ir pro lado profissional?
Rolou algum cursou ou oficina?
Paloma: Nunca
fiz cursos profissionalizantes tipo extensivos e tal. Sempre fui autodidata e
movida pela vontade de expressar. Na minha época de criança e pré- adolescência,
não tinha opções gratuitas de cursos etc. Sou de família humilde e passava
muita vontade de aprender coisas como inglês, musica (risos). Só depois de
muito tempo que fiz algumas oficinas gratuitas da prefeitura aqui de Matão. O
lado profissional é algo ainda muito curioso pra mim sabe. No sentido de algo
que considerava tão próprio ...tão reservado...estava ressoando para outras
pessoas sem que eu percebesse no ato. Para mim desenhar/escrever é uma
expressão genuína e simples. E quando eu começava a desenhar e algumas pessoas
ao bater o olho ficavam admiradas e queriam o meu trabalho exposto ou adquirir
para presentear alguém, foi ai que o lado profissional iniciou. Claro, confesso
que não sou ainda uma" marca” pra viver integralmente com isso, mas, o que
me deixa feliz é quando as pessoas procuram pelo meu trabalho e pagam por isso
satisfeitas mesmo que não seja com tanta frequência.
Imersa: Como você descreve seu desenho e
poesia? O que te inspira mais?
Paloma: De
uma forma geral vejo meu desenhar e poetizar como expressões genuínas. Quando
sinto que vai sair algo de dentro do meu coração é certeiro ele sai e consegue
comunicar a outras pessoas. Não é qualquer coisa sabe?!As poesias de fato foram
surgindo a partir dos meus 12 anos de idade quando os amores platônicos e as
dramas da idade começaram a surgir em mim com o "Plus" da minha
timidez. Enfim... da poesia fazia música
e vice versa. Busco editoras para publicá-las em forma de livro. É uma busca
difícil. Por enquanto tenho a página de poesias "De verso pro ar"
criada em 2014 que em breve terá também a versão no Instagram. Portanto, neste
momento só escrevo mas não publico .
Abaixo alguns desenhos da Paloma:
Autorretrato (Setembro 2018) por Paloma Saints. Técnica: Grafite sobre Canson.
Rafaela Camargo é Bibliotecária e Gestora de Plantão, apaixonada por viagens, música, cinema e literatura.
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