CHROMATICA, crítica NADA especializada


Por: Bruna Vasquez*

Eu conheci Lady Gaga há uns dez anos e, desde então, somos super íntimas. Eu fiquei de cara com ela. O primeiro vídeo que eu vi foi “Papparazzi”, no qual ela mata o namorado interesseiro. Fiquei imaginando o que poderia se passar naquela cabecinha perturbada. Adorei!
Eu só espero que dessa vez os fãs sejam mais agradecidos! Porque eu fico puta quando lembro a injusta recepção do excelente Artpop (2013) quando essa galera disse que Lady Gaga não era mais a mesma bla bla bla. Na minha cabeça é assim: você ama Born This Way e The Fame?? Vai ouvir Born This Way e The Fame, então! Mas, a verdade é essa: Artpop é fabuloso e um álbum que flopou por pura má-fé.
Mesmo assim, a mana teve a coragem de enveredar por outros estilos no igualmente excelente Joanne(2016), indo pra uma linha country, folk, minimalista com canções lindíssimas como a faixa título composta em homenagem à sua tia, falecida aos 19 anos.
Mas, o tema aqui é Chromática, que saiu do forno ontem! Lady Gaga volta ao pop com um disco TOTALMENTE dançante e maravilhoso.
Eu adoro um efeitinho dramático! Sabe quando disco tem uma faixa Intro que faz você ficar com as orelhas em pé, esperando o que virá a seguir? Chromatica tem isso, não uma mas três vezes: introdução e duas quebras em vinhetas que fazem a gente respirar e descansar um pouco pra voltar a dançar logo em seguida. O babado tem uma orquestra meio futurista, a gente se sente no começo de um filme com tema de espeço nave.

Falemos sobre Rain on Me. Algumas pessoas têm falado que não gostam da Ariana Grande. Eu particularmente não conheço o trabalho dela a ponto de emitir uma opinião a respeito. Mas, eu acho que essa mana canta pra caralho. Porque é preciso manjar da coisa pra fazer uma imitação da Chistina Aguilera (outra que canta pra caralho). Você pode dar uma checada no talento no vídeo abaixo:






Eu adoro essas parcerias que Gaga tem feito. No já citado Joanne ela fez uma com outra mana que eu amo, Florence Welsh e Chromatica tem outras parceiras muito boas: o grupo de K-POP Blackpink entra em Sour Candy provando que Lady Gaga é esperta e não quer flopar não, querida. A música é muito legal, por sinal. Bom, eu gostei de todas, então sou suspeita, mesmo.
Chromatica tem uma segunda pausa dramática seguida por 911 que foi a música que fez meu queixo cair e soltar um UAUUUU logo nas primeiras batidas. Pure gold! 




Vamos para Enigma, música que tem o mesmo nome de seu show em Las Vegas. No começo parece que teremos uma coisinha mais de boas, mais lenta. De fato é, mas nem tanto. Essa é aquela canção que você vai querer decorar a letra pra cantar junto gritando porque é uma espécie de catarse com os agudos potentes de Gaga. Eu já fiquei imaginando a mana cantando essa ao vivo, sem errar nenhuma nota porque a bicha dá conta do recado.






E tem ELTON, ELTON, ELTON JOHN! Eu amo essa bicha, escuto desde antes de nascer (literalmente porque a minha mãe é fã dele). Ele entra em Sine From Above, música que seria mais de boinha porque começa mais suave, mas tem uma puta fritação no final. Parece que Gaga tá dizendo: “Querida, nem pense em parar de mexer esse rabão!”.




Fechando o disco temos Babylon. Já escuto o coro de gente chata falando: “É uma cópia de Vogue da Madonna bla bla bla”. A semelhança é, de fato, inegável: o vocal meio falado, o piano e tudo. Mas, isso não depõe em nada contra a música e se ater a esse tipo de coisa é desconsiderar todo o Chromatica. A vibe do disco é mesmo dos anos 90 e se não tivesse esse pianinho acho que ficaria faltando uma faixa do tipo trilha sonora de passarela. Além disso, o climão entre Madonna e Lady Gaga já não mais existe e elas já deram close juntas.


É digno de nota o fato de Gaga ter lançado o disco em plena quarentena, quando todo mundo tá trancado em casa sem poder ir à buatchy. Ela falou a respeito ontem no Graham Norton Show: muito prudente ela falou sobre a importância do distanciamento social. Mas, também falou algo como não ver motivo para esperar as buatchys reabrirem para lançar o disco, o que ela deve ter considerado porque Chromatica, na verdade, devia ter sido lançado em abril não fosse a pandemia.
Mas, ela disse que não enxerga problema nenhum em lançar o disco para que as pessoas dancem na frente do espelho, seja de meia e pijama ou em um look totalmente glamouroso. Querida, pode ter certeza que milhões de pessoas fizeram exatamente isso, inclusive eu que depois de dois meses meti o batom vermelho e o delineador e ouvi o disco três vezes seguidas. Meus vizinhos que me perdoem, mas os próximos dias serão Chromatica por aqui!


Bruna Vasquez é Cientista Social e Pedagoga. Gosta de Drag Music a Heavy Metal, de documentário a série absurda. Anda lendo o que tem na estante de casa e sua mais nova encanação são os estudos de gênero e feministas.


                                                                                                           

Comentários

  1. Adorei o texto! Sobre o álbum, ainda não ouvi inteiro, mas vou fazer isso hoje!
    Beijos, Nets!

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    Respostas
    1. Oi Karina!!! Que bom que gostou! Fico feliz com devolutivas! Espero que a essa altura você já tenha escutado Chromatica! Vale a pena! Bjos, querida!

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